Diretoria se omite e como Luxemburgo vira escudo de Corinthians em apenas 5 dias

A imagem foi quase cinematográfica: o portão se abriu e Vanderlei Luxemburgo apareceu, sorrindo e cumprimentando todos como se o protesto na porta do CT do Corinthians não fosse nada de mais. Numa semana difícil, o treinador tornou-se um escudo valioso para a equipe e a diretoria alvinegras.

Não é à toa que o presidente Duilio Monteiro Alves tenha dito mais de uma vez que Luxemburgo foi contratado por sua grande experiência em lidar com diversas situações do futebol, tendo vencido muito, mas também enfrentado muitas crises, como a atual no Corinthians.

Nos últimos 20 dias, o Corinthians já teve quatro técnicos diferentes e está passando pelo seu momento mais complicado na temporada. Talvez não haja tempo suficiente para consertar o time antes dos jogos decisivos que virão. Luxemburgo e sua equipe estão correndo contra o tempo, dentro e fora de campo, como ficou evidente desde sexta-feira (5).

Em entrevista coletiva, o treinador afirmou que os jogadores precisam do apoio da torcida neste momento difícil. Seu apelo fez com que as torcidas organizadas cogitassem cancelar o protesto que haviam marcado, mas acabaram mantendo-o. No CT, Luxemburgo saiu calmamente e conversou com os torcedores, recebendo mais apoio do que cobranças.

Luxa saiu da conversa com as lideranças do protesto com um acordo de paz: durante os próximos dez jogos, não haverá mais cobranças no CT. Isso ajudará a acalmar a relação com a torcida e dar alguma margem de confiança para fazer mudanças no elenco. Em tempos de crise, o tempo já é a primeira vitória.

O protagonismo

O protagonismo de Luxemburgo alivia parte da pressão sobre a diretoria alvinegra, que além da má fase no futebol, ainda tem uma eleição do clube no horizonte. A gestão já foi abalada com a saída do então diretor Roberto de Andrade em março e continua sob escrutínio. No protesto do último sábado (6), Duilio e o gerente de futebol Alessandro Nunes foram os mais cobrados.